PRS Caatinga propõe a valorização do bioma na agenda governamental em live da Embrapa pelo Dia Mundial de Combate à Desertificação 

Patrisia Ciancio | 21 de junho de 2021

Proposta é mobilizar entidades de pesquisa e representantes da sociedade civil em torno de um manifesto

Com o tema “Busca de recursos para a sustentabilidade”, o diretor do PRS Caatinga, Pedro Leitão, participou da live realizada pela Embrapa Semiárido, no Dia Mundial de Combate à Desertificação, 17 de junho.

Como diretor do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), Leitão observava a existência de muitos recursos para biomas como Amazônia e Mata Atlântica, mas ausência de recursos para a Caatinga. A partir dessa constatação, obteve apoio da cooperação internacional envolvendo o Governo do Reino Unido, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para levar investimentos para a Caatinga. O PRS Caatinga conta com US $5 milhões para implantação de tecnologias de baixo carbono por produtores rurais organizados em cooperativas e associações.

A colaboração internacional vai ao encontro do Plano ABC – política brasileira de estímulo à agricultura de baixo carbono. “Os ingleses estão preocupados com a agenda de mitigação, para evitar a emissão de Gases de Efeito Estufa”, ressaltou Leitão. Além disso, a Caatinga tem sido feito um trabalho de adaptação climática, com contribuições que podem ser muito relevantes para outros biomas.

Depois de oito meses de pesquisas sobre as tecnologias de baixo carbono mais adequadas à Caatinga, o Projeto Rural Sustentável agora está promovendo um Programa de Capacitação em parceria com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), que formará até agosto 600 alunos.

Futuramente, o PRS Caatinga irá apoiar propostas de adoção de tecnologias agrícolas de baixo carbono em 37 municípios considerados prioritários. Associações e cooperativas de produtores rurais receberão apoio na forma de assistência técnica especializada e aquisição de bens coletivos.

A formação de redes de colaboração será um outro legado do projeto, dentre as quais um Comitê Técnico Territorial com 23 membros, entre pesquisadores e representantes da sociedade civil.

– Uma forte motivação para propor o PRS Caatinga foi criar um fundo financeiro. Fizemos estudos sobre o que seria a agenda temática e sobre as estratégias de um fundo de apoio para iniciativas sustentáveis na Caatinga. No entanto, alguns obstáculos foram identificados e um deles é o desentendimento das agências de financiamento sobre a importância do bioma. Por isso, precisamos mobilizar a sociedade civil e as instituições de pesquisa para escrever um manifesto para que o governo, por meio de suas políticas exteriores, reconheça a Caatinga como um bioma prioritário -, afirmou o diretor do PRS Caatinga.

O evento na íntegra pode ser assistido no Canal Embrapa Semiárido do YouTube em https://www.youtube.com/watch?v=9jEFNkLDWd0