Apresentação

O Programa de Capacitação em Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono é uma iniciativa da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) em parceria com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Criado no âmbito do Projeto Rural Sustentável Caatinga, seu objetivo é promover conhecimento sobre conceitos e práticas de tecnologias agrícolas de baixa emissão de carbono, levando em conta as características e peculiaridades da região semiárida.

Através do curso de especialização “Tecnologias de Baixa Emissão de Carbono: Fortalecendo a Convivência com o Semiárido”, o Programa investiu prioritariamente na qualificação de assistentes técnicos e extensionistas que atuavam junto a cooperativas e associações de produtores rurais para fomentar a adoção de práticas e tecnologias orientadas para a agricultura de baixo carbono. Gestores, servidores públicos, agentes ambientais, agentes de crédito, experimentadores e práticos também foram selecionados pelo Programa. A diversidade de alunos fomentou um ambiente propício para promoção de Arranjos Produtivos Locais (APLs) de baixo carbono, a partir da articulação de diversos setores vinculados à produção rural sustentável.

Ao todo, 748 pessoas concluíram o curso: 374 como Especialização (450 horas-aula), 229 como Capacitação (220 horas-aula) e 145 como Aperfeiçoamento (390 horas-aula).

Como parte de seu legado de conhecimento, o PRS Caatinga disponibilizou todo o conteúdo do curso, composto por uma série de vídeoaulas , com 13 módulos, e 13 Cadernos Pedagógicos. Para acessá-los basta ir em:

PRS Caatinga no YouTube

Caderno Pedagógicos

Investimento estratégico

A qualificação de assistentes técnicos e extensionistas rurais é um investimento estratégico para a promoção da agricultura de baixo carbono na Caatinga – especialmente entre associações e cooperativas que reúnem pequenos e médios produtores rurais.

Os estudos realizados pelo PRS Caatinga ao longo de 2020 apontam que o percentual de estabelecimentos rurais com acesso à assistência técnica nos 37 municípios inicialmente escolhidos coo prioritários era baixo, variando entre 0,4% em Curral Novo (Piauí) e 23,3% em Nordestina (Bahia) (TAVARES, GUIMARÃES, ANTUNES, 2020). Além disso, havia uma perda significativa de investimentos na qualificação de profissionais e precarização dos serviços de assistência técnica pelo enxugamento de equipes e investimentos em capacitação (ALBAGLI, LEITÃO, 2020).

Alunos participam de aulas práticas

Institucionalização da formação em TecABC na universidade

A parceria com a Univasf é fruto do seu reconhecimento público como instituição de excelência em ensino, pesquisa e extensão nas temáticas de interesse do Projeto e seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável da Caatinga. A atuação conjunta representa uma ação estruturante na medida em que institucionaliza conhecimentos, debates e reflexões sobre as tecnologias agrícolas de baixa emissão de carbono por meio da sua incorporação em ementas, disciplinas, seminários, pesquisas, atividades extensionistas etc.

A Univasf pretende transformar o curso de Especialização em “Tecnologias Agrícolas de Baixa Emissão de Carbono: Fortalecendo a Convivência com o Semiárido” em uma oferta permanente, com novas turmas, na perspectiva de incorporar seus conteúdos e dinâmicas no Mestrado Profissional em Extensão Rural e/ou no doutorado profissional em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, a partir da atualização dos seus programas curriculares. A oferta contínua e permanente de qualificação em TecABC na Caatinga faz parte do legado de conhecimento do PRS Caatinga para o semiárido.

Estrutura

O Programa de Capacitação prioriza conceitos e práticas que relacionam as atividades produtivas desenvolvidas no semiárido e os fenômenos vivenciados localmente – como a degradação dos solos e o processo de desertificação – com a agenda climática global. Um de seus objetivos é promover um diálogo entre as tecnologias de baixo carbono com as práticas de convivência com o semiárido e as tecnologias sociais já consagradas nestes territórios. Elas são contribuições pioneiras para a mitigação da emissão de gases de efeito estufa e adaptação às futuras emergências climáticas.

Docentes

A equipe docente é composta majoritariamente por professores da Univasf. Os módulos são coordenados por professores dos Programas de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) e em Extensão Rural (PPGExR), sob a coordenação da Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Profissionais de outras instituições de ensino, pesquisa e extensão e representantes de organizações da sociedade civil também fazem parte da equipe. Eles foram convidados para contribuir no desenvolvimento das aulas, materiais didáticos e palestras.

O curso é composto por 13 módulos de aulas teóricas, com 450 horas distribuídas ao longo de cinco meses. Devido à pandemia de Covid-19, as aulas teóricas foram priorizadas e oferecidas por meio de plataforma on-line.

Grade curricular

Módulo 1 – Introdução ao Programa de Capacitação em Tecnologias de Agrícolas de Baixo Carbono e ao PRS Caatinga
Pedro Leitão
Assista: Aula 1
Módulo 2 – Introdução ao Clima e Ciência do Solo
Coordenação: Prof. Mário Miranda
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3 | Aula 4 | Aula 5 | Aula 6 | Aula 7
Módulo 3 – As Práticas de Convivência com o Semiárido e Introdução às Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono (TecABC)
Coordenação: Prof. Hélder Ribeiro Freitas e Bruna Tavares
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3 | Aula 4
Módulo 4 – TecABC na Caatinga
Coordenação: Profs. René Geraldo Cordeiro da Silva Júnior e Giselle Parno
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3
Módulo 5 – Uso de Ferramentas Digitais no Ensino e no Ater Remoto
Coordenação: Profa. Márcia Bento
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3 | Aula 4
Módulo 6 – Fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
Coordenação: Profa. Luciana Souza
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3
Módulo 7 – Fontes de Financiamento e Crédito Disponíveis
Coordenação: Prof. Marcelo Henrique
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3
Módulo 8 – Acesso a Mercados
Coordenação: Profa. Vivianni Marques
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3
Módulo 9 – Gestão e Fortalecimento de Cooperativas e Associações
Coordenação: Prof. Denes Dantes Vieira
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3
Módulo 10 – Oportunidades e Sustentabilidade do Projeto
Coordenação: Profa. Viviane Marques
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3
Módulo 11 – Técnicas de Registro de Atividades no Campo (Linhas de Base)
Coordenação: Prof. Ricardo Duarte
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3
Módulo 12 – Metodologia de Ensino e Pesquisa
Coordenação: Profa. Mônica Aparecida Tomé
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3 | Aula 4 | Aula 5
Módulo 13 – Elaboração de Projetos
Coordenação: Prof. Lúcia Marisy
Assista: Aula 1 | Aula 2 | Aula 3

Aulas práticas

As aulas práticas contaram com visitas a instituições como o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), além de intercâmbios sobre tecnologias sociais como fogões agroecológicos e biodigestores, entre outros.

Outras atividades foram realizadas no Espaço Plural, sede dos Programas de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) e em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) e outros programas de extensão, localizado no bairro Malhada da Areia, em Juazeiro (BA).

As aulas práticas seguiram protocolos de biosegurança estabelecidos pela universidade e algumas estratégias para evitar a possibilidade de contágio pelo coronavírus pelos participantes como a exigência de comprovante da vacinação de duas doses de todos os participantes; exigência do uso de máscaras; divisão dos alunos em grupos menores; limpeza diária das instalações universitárias e disponibilização de álcool em gel.

https://www.youtube.com/watch?v=fon...

Processo seletivo

A partir dos resultados dos estudos realizados pelo PRS Caatinga sobre os serviços de ATER nas cinco microrregiões (Albagli, Leitão, 2020) e orientações dos Comitê Técnico Territorial, foram selecionadas cerca de 150 entidades de prestação de serviços de assistência técnica. Estas organizações foram convidadas a indicar até 5 profissionais para participar do Programa de Capacitação. O processo de seleção dos futuros alunos inclui, entre outros fatores, a análise de currículos a partir de critérios como experiência em práticas sustentáveis, tecnologias sociais, agricultura familiar e organizações associativas, etc.

Depoimentos

Escute o depoimento de Maria Silvanete Lermen, agricultora familiar e aluna do Programa de Capacitação, para o podcast do Programa Rural Sustentável.

ProgramaRural Sustentável · 02 - PODCAST - ALÔ RURAL SUSTENTAVEL

Metas e resultados

A meta do PRS Caatinga era formar 375 indivíduos, sendo 125 profissionais de ATER e 250 outros perfis, tais como gestores, servidores públicos, agentes ambientais, agentes de crédito, experimentadores, práticos, comunidades tradicionais, entre outros. A diversidade dos participantes tinha por objetivo fomentar um ambiente propício para promoção de Arranjos Produtivos Locais (APLs) de baixo carbono a partir da articulação de diversos setores vinculados à produção sustentável. As três primeiras turmas reúnie 600 inscritos.

Em novembro/21, foi lançada uma quarta turma com proposta e estrutura diferenciada. No formato de curso de capacitação (mais curto), as aulas eram teóricas e realizadas através de plataforma on-line. O conteúdo dos dias de campo e visitas técnicas foi ofertado na forma de vídeos gravados nas turmas anteriores.

Ao todo, 748 pessoas concluíram o curso: 374 como Especialização (450 horas-aula), 229 como Capacitação (220 horas-aula) e 145 como Aperfeiçoamento (390 horas-aula).

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