PRS Caatinga evidencia papel do semiárido na Agenda 2030
| 12 de dezembro de 2023
Ações integradas do Projeto atendem a quase todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Nesta terça-feira, encerra-se a 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), em Dubai. Realizado anualmente, o encontro reúne representantes de governos, cientistas, diplomatas e membros da sociedade civil para discutir iniciativas sobre os impactos das mudanças climáticas, ambições e responsabilidades básicas dos Estados. Os debates são pautados pela Agenda 2030, plano de ação proposto pelos Estados Membros da ONU em 2015, composto por 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Por ser um bioma rico em biodiversidade e adaptado a condições climáticas extremas, a Caatinga tem um enorme potencial de contribuição para que o Brasil alcance as metas propostas na Agenda 2030. O Projeto Rural Sustentável Caatinga (PRS Caatinga) vem trabalhando, ao longo de quatro anos, neste sentido por meio de ações integradas para a implementação de uma agricultura sustentável e regenerativa, que evidenciam a vocação do semiárido como celeiro de políticas públicas voltadas para adaptação climática e potencial garantidor de segurança alimentar.
“O PRS Caatinga uniu a inovação das Tecnologias Agrícolas de Baixa Emissão de Carbono às Tecnologias Sociais de Convivência com o Semiárido, desenvolvidas pelos próprios produtores rurais e transmitidas a cada geração. Essa ação integrada permite resultados mais robustos, que vão de encontro à proposta da Agenda 2030 de fomentar ações de 17 eixos distintos, mas complementares”, afirma Pedro Leitão, Diretor do PRS Caatinga.
Ao promover ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa e adaptação às Mudanças Climáticas que diminuem a vulnerabilidade social dos pequenos agricultores no Bioma, o PRS Caatinga tem em seu plano de execução iniciativas que abrangem quase todos os ODS. No entanto, seu principal eixo de atuação está associado ao ODS 13 Ação contra a Mudança global do Clima.
"Classificar o PRS Caatinga de acordo com os ODS foi tarefa importante para entendermos a magnitude do Projeto. Estamos inseridos principalmente no ODS 13, que trata das ações climáticas e fortemente ligados ao ODS 2, com o tema agricultura sustentável e segurança alimentar. Também reconhecemos a transversalidade do PRS Caatinga em praticamente todos os ODS, direta ou indiretamente." enumera a Coordenadora Científica do Projeto, Renata Barreto.
Redução da Pobreza faz parte da missão do Projeto
A relação entre o Projeto e Agenda 2030 está no cerne de sua missão, que atende ao primeiro ODS , voltado para o fim da pobreza. Ao fomentar práticas agrícolas sustentáveis, que ajudaram a converter áreas improdutivas em áreas de plantio em consórcio ou rotação de cultura, o PRS Caatinga permitiu aos pequenos produtores familiares desenvolverem uma fonte de renda contínua.
Outro objetivo diretamente ligado ao Projeto é o ODS 2 Fome Zero e Agricultura Sustentável, que pretende acabar com todas as formas de fome e má nutrição. Segundo os formuladores da Agenda 2030, o acesso à alimentos nutritivos está diretamente ligado às práticas agrícolas sustentáveis, fomentadas pelo PRS Caatinga por meio do apoio à agricultura familiar, transferência de tecnologia e acesso ao mercado.
O PRS Caatinga também atende a duas metas que integram este ODS. A primeira é o estímulo ao aumento de renda dos pequenos produtores com especial atenção à inclusão de mulheres, que também toca o ODS 5 (igualdade de gênero), e povos tradicionais, como indígenas, quilombolas e de comunidades de fundo de pasto. A segunda é a adoção de práticas agrícolas resilientes, que permitam o aumento da produção alimentar dos agricultores familiares e que mantenham os ecossistemas, fortalecendo sua capacidade de adaptação às mudanças climáticas.
Caatinga tem papel crucial para conter mudanças climáticas
Essas ações também remetem ao ODS 15 Vida terrestre. O PRS Caatinga atua na conservação, restauração e manejo sustentável do Bioma, de forma a conservar sua biodiversidade, combater a desertificação e serviços ecossistêmicos.
A adoção das TecABC pelos pequenos produtores só foi possível graças ao trabalho de profissionais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), que como integrantes equipes dos 20 Arranjos Produtivos Locais (APLs), orientaram os produtores sobre como implementar as TecABC em suas propriedades. Grande parte desses profissionais foi formado pelo Projeto por meio do “Curso de Especialização em Tecnologias Agrícolas de Baixa Emissão de Carbono: Fortalecendo a Convivência com o Semiárido”, realizado em Parceria com a Universidade do Vale São Francisco (Univasf). Essa formação se enquadra no ODS 4 Educação de Qualidade.
Por fim, a própria iniciativa de desenvolvimento do Projeto atende ao ODS 17 Parcerias e Meios de Implementação. O objetivo é fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Por sua origem, por sua estruturação como resultado de um acordo de cooperação internacional firmado entre os governos do Reino Unido e do Brasil, o PRS Caatinga naturalmente faz parte de suas metas.