PRS Caatinga e SERTA fortalecem pecuária leiteira com SAF Forrageiro e biodigestores
| 30 de janeiro de 2023
Assistência técnica qualificada a 60 famílias agricultoras visa promover a pecuária de baixo carbono em Alagoas
Fazer a diferença na vida dos agricultores familiares é um objetivo que o Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), com mais de 30 anos de experiência no semiárido, compartilha com o Projeto Rural Sustentável Caatinga. Em parceria, as duas organizações estão promovendo as tecnologias agrícolas de baixo carbono para fortalecer o Arranjo Produtivo Local da pecuária leiteira nos municípios de Olivença e Monteirópolis, no Estado de Alagoas.
A iniciativa oferece assistência técnica qualificada em agricultura de baixo carbono, assessorando agricultores familiares na implementação de Sistemas Agroflorestais Forrageiro Integrado (SAF) e na construção de quatro biodigestores Selo D’água. Esses investimentos têm como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a renda de 60 famílias em 19 comunidades.
Para a Coordenadora Técnica Aline de Melo, a chegada do PRS Caatinga a esses municípios representa “o fortalecimento das potencialidades do Arranjo Produtivo Local, visando a transformação das circunstâncias econômicas, sociais, ambientais, culturais e políticas com a promoção de tecnologias de baixa emissão de carbono”.
Essas ações estão proporcionando, aos agricultores e agricultoras que participam do PRS Caatinga, a possibilidade de fazer a transição de sistemas tradicionais de produção de alimentos para uma agricultura de baixo carbono, mais alinhada com as questões climáticas globais. Além disso, criam soluções para questões como a falta de diversidade nutricional para os animais – causada pela degradação ambiental e pelos períodos de seca – e o fomento de práticas conservacionistas e do manejo de forragens.
Boas práticas de SAFs servem de inspiração
Os produtores que participam das ações conjuntas do PRS Caatinga e Serta priorizam a adoção de Sistemas Agroflorestais Forrageiros Integrados, que estão distribuídos em duas Unidades Demonstrativas (com 1.000m² cada) e 54 Unidades Multiplicadoras (com 600m2 cada). Os SAFs incluem o plantio de palma, mandacaru sem espinho, gliricídia, leucena e mudas frutíferas como amora, podendo oferecer aos animais uma alimentação constante e mais nutritiva. A iniciativa também promove a conservação da flora, da fauna, dos recursos hídricos e de características geológicas e culturais das suas propriedades.
Seu Leandro Tavares Gregório, morador e presidente da Associação Comunitária da Comunidade Cachoeira Grande, comenta a importância da chegada do PRS Caatinga para a cidade. “Através desse conhecimento melhorou muito a nossa comunidade. Esse aprendizado tem ajudado o pessoal a ter uma economia grande na produção de seus animais com essa ração. A gente não conhecia e através do Projeto, nós estamos aprendendo. Só temos que dizer muito obrigado”, completou.
O assistente técnico Iraildo Santos é um entusiasta da utilização dos SAFs na região e acredita na sua multiplicação. “Essas áreas servem de inspiração para que os outros produtores vizinhos sejam estimulados a reproduzir em suas propriedades o mesmo tipo de tecnologia, melhorando a alimentação de seus animais de forma sustentável”, disse.
Biodigestores geram impacto sustentável e economia
A implantação de biodigestores Selo D’água em quatro Unidades Demonstrativas está promovendo o aproveitamento de 100% do gás Metano com o Manejo de Dejetos de Animais (MDA), produzindo até três botijões de gás por mês em cada propriedade. Essa tecnologia de baixo carbono evita a emissão de gases que seriam lançados na atmosfera e pode impactar em uma economia mensal de mais de R$ 300.
Seu Roberto Souza, agricultor em Olivença, fala da experiência de ter recebido essa tecnologia em sua propriedade. “Fui contemplado com um biodigestor e estou muito agradecido, pois nos trouxe conhecimento e economia porque no município onde a gente mora o gás de cozinha é muito caro. Através da orientação recebida pelo pessoal do PRS Caatinga e do Serta, deu tudo certo, graças a Deus”.
Dona Suely está muito satisfeita com a tecnologia nova e quer que sua propriedade vire modelo de incentivo. “O Projeto PRS Caatinga veio para melhorar minha vida, melhorar tudo, porque eu não sabia que existia biodigestor e como é que ele funcionava e hoje eu tenho e sei como funciona, inclusive quem quiser conhecer pode vir até aqui”.
E completa sua satisfação nos falando do seu quintal produtivo. “Em relação a horta, o trabalho do Serta foi um incentivo, porque eu tinha vontade de ter uma, mas eu não sabia como tocar para frente, como ter um quintal produtivo e hoje eu tenho acompanhamento do técnico e quero seguir em frente, quero continuar e quero aqui seja um ponto de referência”.