PRS Caatinga debate estratégias para a agricultura familiar de baixo carbono
| 26 de novembro de 2021
Fomento às TecABC é tema de mesa redonda sobre estratégias de desenvolvimento regional, no Semiárido Show
O uso das Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono (TecABC) foi um dos temas do Semiárido Show – maior evento de inovação tecnológica voltado para a agropecuária no Nordeste brasileiro, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Durante o encontro, no dia 25 de novembro, o diretor do PRS Caatinga, Pedro Leitão, foi convidado para contar as experiências do projeto em uma mesa redonda virtual sobre as estratégias para promover a agricultura familiar sustentável no bioma.
Segundo Leitão, as políticas públicas para tratar a semiaridez no Brasil envolveram, ao longo do tempo, entendimentos que hoje estão sendo revistos. “A estratégia das políticas públicas enfatizou historicamente a questão hídrica, priorizando grandes obras de infraestrutura e acúmulo de água em grandes reservatórios. Hoje, essa ênfase parece não ser a mais apropriada. A agricultura sustentável é vista como mais adequada, com técnicas de manejo e conservação de solo e água. O que eu tenho vivenciado com a experiência do PRS Caatinga é que, além da questão da sustentabilidade, as tecnologias de baixo carbono aumentam a produção, a renda e combatem a pobreza”, disse Leitão.
Legado do Projeto
O conjunto de novas informações técnicas e científicas que o PRS Caatinga implementa hoje no bioma é um dos legados do projeto. São tecnologias que dialogam com agendas globais e locais e que buscam alavancar um futuro sustentável na Caatinga – agora mais alinhadas à perspectiva climática. Elas fomentam uma gestão adequada de recursos hídricos, de manejo, de preservação da biodiversidade.
Na ocasião, Leitão comentou que o Programa de Capacitação está formando 600 especialistas em TecABC, fruto da parceria entre o PRS Caatinga e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). E situou os próximos passos. “Agora estamos fortalecendo 20 projetos com a implementação de tecnologias de baixo carbono em 37 municípios. A nossa estimativa é atingir cerca de 4 mil famílias. Essas tecnologias irão impactar diretamente a vida do produtor familiar”, enfatizou.
Mesa “Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono para fortalecer a convivência com o semiárido e alavancar o desenvolvimento regional”
A mesa redonda teve ainda as falas de Paulo Pedro de Carvalho, do Caatinga, abordando “ A perspectiva da sociedade civil sobre a implementação de Arranjos Produtivos Locais Sustentáveis na Caatinga”; de Francisco Guedes, da Emater-PI falando sobre “ Políticas públicas de baixo carbono: a incorporação do tema no Programa estadual da agricultura familiar do Piauí”; e da profa Lucia Marisy, da Univasf, com o tema “ O papel da universidade na formação de especialistas locais: a experiência da UNIVASF com o curso de especialização Tecnologias de Baixa Emissão de Carbono: Fortalecendo a Convivência com o Semiárido”.