PRS Caatinga contribui para a inclusão das TecABC no Bahia Produtiva

Anne Clinio, Patrícia Lyra | 22 de setembro de 2022

Articulação com políticas públicas inclui projeto piloto com organizações apoiadas pelo PRS sobre balanço de carbono

O Projeto Rural Sustentável Caatinga foi uma das organizações convidadas a participar da Oficina de Avaliação de Impacto nos Projetos Piloto para Resiliência Climática do Projeto Bahia Produtiva, realizada em Pintadas, no mês de agosto. O convite é resultado do reconhecimento do PRS como promotor das tecnologias agrícolas de baixo carbono (TecABC) na Caatinga e tinha como objetivo incluir conceitos como agricultura regenerativa e uso sustentável da Caatinga na estratégia de segurança alimentar do Bahia Produtiva. O Projeto, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Governo da Bahia, fomenta desde 2015 a produção, comercialização e a melhoria da infraestrutura no campo, incluindo água e saneamento para a zona rural.

Oficina de Avaliação do Bahia Produtiva em Pintadas, Bahia

O coordenador regional do PRS Caatinga, Francisco Campello, participou de um painel ao lado do coordenador do MapBiomas, prof. Washington Rocha e do agricultor agroflorestal Nelson Araújo Filho. “Fizemos uma contextualização da fase atual do Projeto com ações definidas nas três principais convenções – Quadro das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), Mudanças Climáticas (UNFCCC) e Biodiversidade (CDB) – e as políticas nacionais. Dessa forma, destacamos a importância de incluir as TecABC nas atividades dos projetos selecionados pelo Bahia Produtiva”, comentou Campello.

Campello ressaltou, ainda, o alinhamento entre as ações do PRS Caatinga e as metas do Bahia Produtiva. “Nosso Projeto incentiva os sistemas resilientes de baixo carbono, que valorizam o uso sustentável dos recursos florestais para promoção de segurança alimentar, hídrica e energética, conservando as paisagens, sua biodiversidade e os serviços ecossistêmicos – objetivos previstos pelo Projeto desenvolvido na Bahia”.

Para o responsável técnico pelo acompanhamento dos projetos-piloto, o engenheiro florestal Vladimir Oganauskas, a troca de informações entre as instituições parceiras dos quatro projetos-piloto, lideranças e equipes técnicas foi fundamental, destacando a apresentação dos usos múltiplos e sustentáveis da Caatinga.

“Na oficina, pudemos avaliar os avanços e desafios dos primeiros resultados relacionados a questões socioeconômica e principalmente relacionados ao balanço de carbono, para que possa se tornar uma política pública mais forte na Bahia. Além disso, os aspectos apresentados e as possibilidades de uso da Caatinga são pontos que serão fortalecidos e incluídos em um próximo projeto que dê continuidade ao Bahia Produtiva”, comentou.

Agendha e Ser do Sertão, organizações apoiadas pelo PRS Caatinga, participam de projeto piloto sobre balanço de carbono

Além do coordenador regional, participaram do encontro a organização não governamental Assessoria e Gestão em Estudo da Natureza Desenvolvimento Humano e Agroecologia – Agendha e a cooperativa Ser do Sertão, ambas parceiras do PRS Caatinga. As organizações estão entre as quatro entidades selecionadas entre as mais de 1250 entidades apoiadas pelo Bahia Projeto para experimentarem a ferramenta para prognóstico de balanço de carbono (Ex-ACT). Os quatro projetos piloto serão os primeiros a utilizar o sistema de avaliação desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO, que fornece estimativas do impacto de projetos, programas e políticas de desenvolvimento agropecuário e florestal sobre o balanço de carbono.

A coordenadora da cooperativa Ser do Sertão, Valdirene de Oliveira, ressaltou o ganho para a agricultura familiar da inclusão das TecABC no Bahia Produtiva. “O PRS traz um fortalecimento dentro do processo de tecnologia de baixa emissão de carbono que ainda não estava explícito no modelo que desenvolvemos pelo Bahia Produtiva, enquanto que no PRS a sua importância já é disseminada. A união das duas iniciativas vai garantir que a gente traga para os produtores um entendimento do que são as TecABC na agricultura familiar”.

Troca de experiências: Francisco Campello, coordenador regional do PRS Caatinga (de chapéu de couro), e Maurício Aroucha, coordenador da Agendha (de máscara)

Programa de Capacitação em TecABC é legado a ser replicado

Durante sua participação no painel, Campello apresentou também a experiência do PRS Caatinga na formação de extensionistas e especialistas em TecABC, em parceria com a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). “Nosso modelo de capacitação pode ser replicado na capacitação dos técnicos da CAR e do Bahia Produtiva. A qualificação dos técnicos, juntamente com a inclusão do tema nas ações do Bahia Produtiva fazem parte do que queremos deixar como capital social e legado do PRS Caatinga, contribuindo com novos projetos”.