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I Fórum de Negócios da Sociobioeconomia da Caatinga debate estratégias para fortalecer cooperativas e circuitos de comercialização
| 30 de março de 2023
Lideranças do Armazém da Caatinga, Central do Cerrado e Caatinga compartilharam experiências em acessar novos mercados
O I Fórum de Negócios da Sociobioeconomia da Caatinga, organizado pelo PRS Caatinga, representou também um lugar de fala para evidenciar as realizações e os desafios que organizações que comercializam produtos oriundos da agricultura familiar e de cooperativas locais enfrentam para ampliar mercados. Este foi o principal tema da segunda mesa redonda, que teve participação de representantes do Armazém da Caatinga, a Central do Cerrado, da organização não governamental Caatinga, com mediação de Luciana Villanova, consultora do Projeto.
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Filha de agricultores e primeira mulher da sua família a cursar o ensino superior, Denise Cardoso, coordenadora Institucional e de Mercado do Armazém da Caatinga, foi uma das convidadas do fórum. Durante o evento, a liderança anunciou uma nova parceria com a Conexsus (Instituto Conexões Sustentáveis) para a criação de um centro de distribuição de produtos, em Juazeiro, na Bahia.
“A gente precisa fazer com que outras pessoas consumam nossos produtos. O mercado de Juazeiro é muito grande, temos que estar representados comercialmente na ponta. Vamos fazer a contratação de vendedores para irem aos supermercados, às lojas, visando, além do varejo, o atacado. Daqui a seis meses, um ano, estaremos colhendo frutos”, disse Denise.
Um dos projetos conduzidos pela entidade é o Armazém da Caatinga, investimento público do Governo do Estado da Bahia. Segundo Denise, a ideia do lugar é oferecer não somente os produtos genuínos da Caatinga, mas uma experiência única de acesso a riquezas naturais da terra e da história regional.
“A Central faz prospecção direta com as comunidades, cooperativas e agricultores com comercialização e articulação em rede. Lá no Armazém da Caatinga, que é um investimento público, do Governo da Bahia, as pessoas mergulham em uma experiência para entender de fato o que o Brasil oferece com o potencial produtivo da Agricultura Familiar”, disse Denise.
“A agricultura familiar é profissional”
“A agricultura familiar é Profissional”, acrescentou a liderança do Armazém da Caatinga, ressaltando que é preciso desenvolvimento em pesquisa e investimento em tecnologias para a redução de preços dos produtos orgânicos em prol do ganho em escala e em competitividade. “Com a tecnologia, poderemos reduzir o custo e levaremos um alimento de qualidade. Sem perder a essência, a história, a cultura. Ninguém vai tirar isso da gente! Autorreconhecimento também é preciso, reconhecer o produto de qualidade que a gente faz”, concluiu Denise.
“O momento é o melhor possível”
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Alexandre Pires Lage, assessor técnico da Central do Cerrado, mencionou desafios na comunicação e divulgação das cooperativas para se beneficiarem das plataformas digitais e redes sociais. “Quantas cooperativas hoje têm um jornalista ou um profissional de Marketing? Precisamos saber vender e o que falar. Senão outras empresas vão vender a nossa narrativa e vamos ficar obsoletos e vão nos deixar para trás”, afirmou, complementando sobre as quatro forças que observa hoje no mercado.
– Hoje, com a mudança de governo, temos a convergência de quatro forças: as políticas públicas, a volta do interesse da cooperação internacional e o interesse da população, que está engajada em consumir nossos produtos. E a quarta força seria o investimento privado.Temos empresas querendo construir com a gente. Na pandemia, a gente viu que houve um boom para quem trabalha com cestas de orgânicos, porque estão ligados diretamente à saúde. O momento é o melhor possível, a população está junto, agora é a hora. Temos que montar na nossa pranchinha e surfar com força -, ressaltou Lage.
“Esse evento se reveste de grande significado para nós”
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Paulo Pedro Carvalho, coordenador do Programa de Mobilização de Recursos da organização não governamental Caatinga, enfatizou que “o evento se reveste de grande significado para nós que estamos no semiárido e que acreditamos na agricultura familiar de base ecológica”.
– Estar no espaço da universidade é muito simbólico. Com o PRS Caatinga, estamos entendendo que é tudo aquilo que falamos na agroecologia, mas de maneira aprofundada. Entender o que é o baixo carbono, o ciclo do carbono, que modelos de agricultura temos nesse sentido. A ONU já fez estudos que atestam que a agroecologia é a única forma de dobrar a produção de alimentos no mundo, cuidando ao mesmo tempo do meio ambiente. Nós não estamos querendo esmola, como dizia Luiz Gonzaga, nós queremos fazer a cidadania. Precisamos transformar o campo em um local de futuro a partir do olhar das juventudes rurais. A associação rural está comprometida. Não é o jovem ficar por obrigação, mas por enxergar perspectivas-, resumiu Carvalho, que ainda chamou atenção para a pauta de gênero e a valorização da mulher no campo.
Saiba mais
O I Fórum de Negócios da Sociobioeconomia da Caatinga aconteceu no dia 14 de março, no Espaço Plural da UNIVASF, em Juazeiro (BA). Assista ao evento na íntegra em: