Casa do Mel transforma vida dos apicultores de Bela Vista do Piauí com apoio do PRS Caatinga
| 5 de julho de 2023
Trabalhadores da região sonhavam com um espaço adequado para a extração e o beneficiamento do mel
Na comunidade de Carnaíbas, município de Bela Vista do Piauí (PI), uma iniciativa tem mudado a realidade dos apicultores locais. A Casa do Mel, um empreendimento pioneiro na região, tornou-se um verdadeiro ponto de referência para os trabalhadores da atividade apícola. Atendendo diretamente a 25 famílias beneficiárias da parceria com o PRS Caatinga e, indiretamente, às comunidades vizinhas, o lugar tem trazido melhoria de vida para essa população.
Há muito os apicultores sonhavam com um espaço adequado para a extração e o beneficiamento do mel, como conta o coordenador técnico da Associação de Pequenos Produtores da Comunidade Carnaíbas (APPCC), Geovani Dionísio Coelho, explicando que a inauguração do estabelecimento, realizada em janeiro com a presença de lideranças do projeto, é um marco para a comunidade.
“Antes da construção da Casa do Mel, os apicultores se viam obrigados a transportar a colheita para outras comunidades, onde existiam instalações apropriadas. Esse processo acarretava custos adicionais e comprometia a qualidade do produto. Hoje, os apicultores podem realizar todas as etapas de beneficiamento na própria comunidade, reduzindo os custos de produção e garantindo a excelência e a certificação orgânica dos produtos”, detalha Coelho.
Potencial produtivo e mercado internacional
A comunidade de Carnaíbas abriga aproximadamente 500 colmeias, distribuídas entre os apicultores locais. Cada colméia possui uma média de produção de 25 kg de mel, o que resulta em uma produção total de até 12,5 toneladas por ano. Quanto à comercialização, os trabalhadores geralmente vendem seu mel para cooperativas, que se encarregam da distribuição e venda final. O mercado externo é o principal destino desses produtos, com destaque para os Estados Unidos, Canadá e alguns países europeus.
Produção sazonal é um desafio
Desde 1995, a apicultura desempenha um papel fundamental na economia local, e ao longo dos anos, tem se modernizado com a adoção de novas tecnologias, resultando em um aumento significativo da produção. Essa atividade proporciona uma renda satisfatória para as famílias, permitindo que elas vivam com dignidade no campo, sem precisar buscar empregos fora de sua região.
No entanto, mesmo com um cenário promissor, a apicultura enfrenta um desafio peculiar: sua produção é sazonal, limitada ao período chuvoso, que normalmente ocorre de dezembro a março. Portanto, os apicultores precisam administrar cuidadosamente sua renda. Coelho explica que, por essa razão, é recomendável que os ganhos sejam distribuídos ao longo dos 12 meses para garantir o sustento durante o ano inteiro.
“Muitas famílias conseguem, ao dividir essa renda anualmente, obter um salário mínimo ou até mais por mês. Apesar do período de produção limitado a apenas quatro meses por ano, a apicultura tem desempenhado um papel econômico significativo na região, proporcionando uma renda satisfatória para as famílias e garantindo uma qualidade de vida adequada”, enfatiza a liderança.