PRS Caatinga e CDJBC promovem Manejo Sustentável em Sergipe

Patrisia Ciancio | 4 de maio de 2023

Parceria oferece assistência técnica em baixo carbono para 60 famílias em cinco municípios do Alto Sertão

O apoio oferecido pelo PRS Caatinga a organizações com uma atuação já consolidada no campo da agroecologia está promovendo Arranjos Produtivos Locais Sustentáveis em cinco estados nordestinos. O fio condutor deste trabalho é a oferta de uma assistência técnica qualificada em Tecnologias Agrícolas de Baixo Carbono (TecABC) para agricultores familiares reunidos em comunidades, assentamentos e associações produtivas.

Na parceria com o Centro de Assessoria e Serviços Aos/as Trabalhadores/as da Terra Dom José Brandão de Castro (CDJBC) nos municípios de Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo e Gararu, todas no Alto Sertão Sergipano, o Projeto está apoiando a adoção de três TecABC e duas tecnologias sociais. Esta combinação visa reduzir a emissão de gases de efeito estufa e aumentar a produtividade das colheitas, ampliando a renda dos agricultores.

Área de implementação de tecnologia de baixo carbono

Em ambientes de agrofloresta, a organização sergipana está promovendo o Manejo Sustentável de Florestas (MSF) com o raleamento e rebaixamento da mata nativa, cuja matéria orgânica pode ser utilizada como cobertura de solo e a lenha retirada passa a ser insumo para ecofogões que oferecem maior eficiência energética e segurança para a saúde da família.

Já a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) está sendo fortalecida com o plantio de mudas em Quintais Produtivos que abastecem as famílias com alimentos e são o local de criação de animais de diversos portes. Por fim, a organização também trabalha com a tecnologia de Manejo de Dejetos de Animais (MDA) de maneira associada com os biodigestores.

João Alexandre Neto, coordenador técnico do CDJBC, destaca que a parceria atua em consonância com a perspectiva da Convivência com o Semiárido, adotando tecnologias adaptadas à realidade da Caatinga. No médio prazo, o objetivo é ampliar a produção de alimentos de base agroecológica e aumentar a renda das famílias, a partir da produção culinária e da comercialização de produtos em feiras locais. Mas a liderança vê mais longe. “É preciso chamar atenção para o potencial da Caatinga de sequestrar carbono e com isso as oportunidades que temos de entrar no mercado de crédito de carbono”, comentou.

Construção de biodigestores melhora a vida de agricultores

Agricultora Cida Maria

A agricultora Cida Maria Aparecida da Silva, de Porto da Folha (SE), está especialmente satisfeita com a construção de biodigestores por conta da economia que essa tecnologia representa para sua família. Ela está animada com a perspectiva de não precisar mais comprar botijões de gás fertilizantes químicos.”Por isso que eu resolvi investir nessa tecnologia social. A economia de gás é muito grande e o biofertilizante eu uso nas plantas como adubo. Além disso, fizemos uma reforma no galinheiro”, contou.