GTs debatem estratégias para ATER e Arranjos Produtivos

prscaatinga | 30 de setembro de 2020

Membros do Comitê Técnico Territorial (CTT) conhecem estudos promovidos pelo PRS Caatinga e debatem suas estratégias

O PRS Caatinga promoveu nos dias 21 e 29 de setembro duas reuniões específicas do seu Comitê Técnico Territorial (CTT) para debater, no formato de Grupo de Trabalho, as estratégias de implantação de ações para o fortalecimento de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e de Arranjos Produtivos Regionais.

A reunião sobre estratégias para fortalecimento das capacidades locais de ATER, realizada no dia 21 de setembro, reuniu 7 membros do CTT , 5 convidados, além da equipe e consultores do PRS. Sua programação incluiu a apresentação de resultados do estudo ““Estudo sobre ATER para Tecnologias ABC no Semiárido”, conduzido por Sarita Albagli e Leonardo Leitão, com o objetivo de fornecer subsídios para o desenho de estratégias para a formação e capacitação dos prestadores de serviços de assistência técnica e extensão rural para a adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono ABC) pelo PRS Caatinga, desde uma perspectiva local e em diálogo com a agenda climática global.

Além de um diagnóstico sobre a ATER na região, o estudo indicou que a adoção de tecnologias ABC não envolve apenas aspectos técnicos, mas questões políticas na medida em que dialoga com temas históricos da Caatinga e de relevância internacional: (1) o recrudescimento dos processos de desertificação na região que elevam a percepção dos efeitos da emergência climática e dos riscos derivados; (2) sua relação com a degradação e uso dos solos, repercutindo na retenção/emissão de gases do efeito estufa (GEE) e nas agendas AFOLU (agriculture, forests and other land use) e; 3) sua releitura a partir dos princípios, práticas e tecnologias sociais da agroecologia e de convivência com o semiárido, suas possibilidades e limites nas questões emergenciais e de longo prazo de resiliência climática. Outro ponto destacado pelo estudo é a emergência de novas modalidades de ATER frente a emergência sanitária e a crescente migração para educação à distância – o que vem demandando a rápida adoção de plataformas digitais, infraestruturas, equipamentos, acesso à internet e habilidades. Neste âmbito, ampliam-se a comunicação via Whatsapp, a elaboração de vídeos de curta duração e a organização de cursos online e lives sobre temas específicos.

O principal encaminhamento da reunião foi a ratificação, pelos membros do CTT, da proposta de uma ação consorciada entre instituições de capacitação para a realização de ações de formação, em diversos formatos, para públicos variados de modo a oferecer conteúdos e oportunidades de intercâmbios variados: desde a atualização dos docentes de entidades de formação, passando pela capacitação de funcionários públicos, assistentes técnicos, membros e funcionários de cooperativas e associações rurais e produtores rurais.

Já na reunião do dia 29 de setembro, 12 membros do CTT, 5 convidados, além de consultores e a equipe do PRS Caatinga conheceram os resultados finais do estudo sobre “Arranjos Produtivos Regionais e Oportunidades para Adoção de Tecnologias ABC”, realizado pelas consultoras Vânia Sanches e Cynara França. O estudo decreve os cenários das principais cadeias produtivas presentes nos 37 municípios prioritários e foi o ponto de partida para os participantes debaterem as estratégias do PRS Caatinga para fortalecimento de arranjos produtivos regionais. Destacaram-se duas sugestões sobre a seleção de projetos a serem apoiados pela iniciativa. A primeira é a possibilidade do PRS apoiar cadeias secundárias, diferentes daquelas priorizadas pelo programa AgroNordeste, por conta da realidade multidiversa do semiárido – especialmente pela questão da segurança alimentar. Já a segunda sugestão assinala que as propostas devem apresentar parcerias sólidas, capazes de construir e executar o projeto juntos. além de fomentar ou fortalecer microrredes nos territórios.

Em ambas as reuniões, o PRS Caatinga apresentou uma “Análise Transversal sobre Tecnologias ABC, Tecnologias Sociais, ATER e Financiamento”, elaborada pelas consultoras Bruna Tavares, Giselle Parno Guimarães e Vanina Mattos, que além de aproximar a agenda climática à realidade da Caatinga, apresenta as tecnologias ABC de maneira dialógica com as tecnologias sociais e práticas agroecológicas já consolidadas na região.